Em consonância com a política de expansão e interiorização da educação superior no Brasil, que tem impulsionado as ações de pesquisa e inovação nas universidades, em regiões tradicionalmente deficitárias em recursos humanos altamente qualificados – particularmente nas regiões Norte e Nordeste –, a Associação Brasileira de Linguística – ABRALIN vem promovendo em sistema de rodízio, desde 2008, eventos de caráter nacional em locais onde não havia a tradição de realização de eventos científicos da área, com o ABRALIN em Cena. Assim, Abralin em Cena é um evento itinerante organizado para promover o diálogo sobre linguística em diferentes regiões do Brasil, envolvendo especialistas do Brasil e do exterior. Desde sua criação, o evento tem reunido uma grande diversidade de público, como professores, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação. O objetivo do evento itinerante é incentivar o intercâmbio entre pesquisadores das diversas regiões brasileiras, priorizando as linhas de pesquisa existentes nos Programas de Pós-Graduação da instituição que sedia o evento e suas circunvizinhanças. 

Em suas edições anteriores, o Abralin em Cena abordou temas de grande relevância no campo da linguística, como o multilinguismo, políticas linguísticas e linguística de corpus. A programação incluiu mesas-redondas, conferências e minicursos ministrados por renomados linguistas, o que contribuiu para a formação continuada dos participantes. Edições do evento foram realizadas no Piauí, no Espírito Santo, em Roraima, em Rondônia, no Mato Grosso, em Mato Grosso do Sul, em Sergipe, no Amazonas, em Tocantis, na Bahia, em Maceio, em São Paulo, além das edições em formato online e híbrida. 

No período de 5 a 8 de Agosto de 2025, o ABRALIN EM CENA 18 desembarca em Brasília. A temática transversal “Linguagens, Raça, Gênero e interseccionalidade em luta por direitos” é o foco das discussões, interligada a questões relacionadas à Ciência, Educação, Cidadania, Ética, entre outras. Convidamos linguistas e pesquisadores/as de outras áreas, interessados nessa temática, a se inscreverem no evento.

Discutir tal temática atende demandas atuais, como a da Ciência Aberta, que visa ao compartilhamento de informações e (inter)ações coletivas para além da comunidade científica, envolvendo a sociedade de modo amplo. Facilitar o acesso ao trabalho de investigação não apenas difunde e estimula a criação e partilha de novo conhecimento, como potencializa o seu impacto junto da comunidade em que se insere, além da sociedade em geral e estimula o seu uso promovendo novos olhares e nova geração de conhecimento.

Na área de Linguística, as questões raciais, de gênero, de sexualidades em suas interseccionalidades na luta por direitos tem entrado na pauta de discussão em diferentes ações do evento ABRALIN AO VIVO; e também junto à Comissão de Diversidade, Inclusão e Igualdade (CDII), sendo que desde o início de 2021, tem sido apresentadas, discutidas e problematizadas estas questões com pesquisadores/as do Brasil e do exterior. Tendo em vista a necessidade de reconhecimento e valorização destas problematizações no cenário plurilíngue e pluricultural do Brasil, esse tema se torna ainda mais relevante.

Cabe ainda destacar o papel das tecnologias, das mídias digitais – e igualmente o das redes sociais – relacionadas a essa temática, visando otimizar a formação (treinamento de equipes, capacitação e atualização teórico-metodológica), o compartilhamento de amostras linguísticas e de informações (socio)linguísticas e socioculturais, bem como sua aplicação e disseminação às mais diversas áreas do conhecimento na sociedade, como, por exemplo, a interface Linguística, Educação e Relações Internacionais, entre outras.

Além disto, justifica-se a realização deste evento no Centro-Oeste brasileiro com esta temática, tendo em vista que nesta região se encontram: o maior sítio quilombola do Brasil – Kalunga; o Núcleo Takinahaky de Formação Superior de Professores Indígenas na UFG; o primeiro curso de graduação em Letras: Português do Brasil como Segunda Língua (PBSL – português para surdos indígenas e estrangeiros/imigrantes em crise) e também o primeiro curso de pós-graduação em Linguística do Brasil; finalmente, o Grupo de Estudos da Linguagem do Centro-Oeste, além de outros grupos de pesquisa cadastrados e aprovados no CNPq. 

É, portanto, necessário (re)criarmos uma rede de discussões sobre raça, gênero, sexualidade e interseccionalidade que possibilite a difusão do conhecimento (sócio)linguístico produzido, com a inserção em políticas públicas e políticas internacionais, a promoção do desenvolvimento sustentável, ético e cidadão e do respeito aos direitos humanos, especialmente no campo das Políticas Linguísticas, Direitos Linguísticos, Ciência e Educação, a partir de perspectivas críticas e/ou decoloniais. Assim sendo, participem conosco dessas reflexões! Vocês serão bem-vindos/as na Universidade de Brasília/Distrito Federal/Brasília!

PERÍODO: de 05 a 08 de agosto de 2025

LOCAL: Universidade de Brasília/Distrito Federal/Brasil. Auditório do IREL, Auditório ADUnB, Auditório da Faculdade de Educação, Auditório do Instituto de Letras, Sala de Conferências do IREL, Sala de Atos e outros espaços na UnB.